NOMEADO
Aldina Duarte
Aldina Duarte é reconhecida como uma das grandes vozes atuais do Fado, pela sua personalidade artística inconfundível e pela sua singular capacidade interpretativa. Tem uma intensa carreira de concertos nas principais salas de espetáculo portuguesas (Culturgest, Fundação Calouste Gulbenkian, Teatro de São Luiz, Casa da Música, Teatro São João, Coliseu dos Recreios, Centro Cultural de Belém, entre outras) e em grandes festivais no país e no estrangeiro. Foi fadista residente nos últimos 25 anos do elenco de uma das mais relevantes casas de Fado de Lisboa, o “Senhor Vinho”, com direção artística de Maria da Fé. A sua paixão pela Literatura leva-a a aliar ao repertório musical tradicional dos grandes fados estróficos tradicionais uma escolha cuidadosa dos poemas que canta, sendo ela própria autora de muitas das suas letras, bem como de outras cantadas por quase todos os fadistas da nova geração, tais como Ana Moura, António Zambujo, Camané, Carminho, Gisela João, Marisa ou Pedro Moutinho.
Colabora frequentemente em acontecimentos interdisciplinares que cruzam o Fado com outras expressões artísticas e culturais, em colaboração com personalidades como José Tolentino de Mendonça, Pedro Cabrita Reis, Rui Vieira Nery, entre outros.
É autora ela própria de diversos projetos de difusão do Fado, entre eles o ciclo de conferências/debates “A Cantar e a Contar”, realizado no Centro Cultural de Belém, com Helena Vasconcelos; as oficinas “Fado para Todos” que dão origem à sua Comunidade Fado Para Todos, em três temporadas bimestrais, no Museu do Fado, que conta já com seis anos; a série de entrevistas “Fados e Tudo”, em exibição online no site do mesmo Museu, tendo este último projeto dado origem a um ciclo de espectáculos no Teatro Municipal de São Luiz, sob a sua coordenação e curadoria.
Tem igualmente realizado diversas conferências, sobre os temas da música, da literatura e das questões de género nas artes, nomeadamente na Fundação Calouste Gulbenkian, em vários festivais literários e nos Festivais de Fado de Madrid, Sevilha, Bogotá e Buenos Aires, entre outros.
Da sua participação no cinema destacam-se o documentário “Aldina Duarte: Princesa Prometida”, do realizador Manuel Mozos, apresentado e premiado em diversos festivais de cinema nacionais e internacionais, e ainda a colaboração em “Xavier”, também de Manuel Mozos, em “A Religiosa Portuguesa”, de Eugène Green e nos documentários “O Fado Da Bia”, de Diogo Varela Silva, e “O Fado pelo Mundo – Aldina Duarte: Lisboa – Macau”, este último produzido pela RTP.
A sua discografia inclui os álbuns “Apenas o amor” (2004), “Crua” (2006), “Mulheres Ao Espelho” (2008), “Contos de Fados” (2011), “Romance(s)” (2015), um álbum duplo que incorpora um romance escrito em verso por Maria do Rosário Pedreira para as melodias do fado tradicional e uma banda sonora para a mesma história criada pelo produtor musical Pedro Gonçalves (Dead Combo), tendo sido considerado pela crítica nacional como o melhor disco do ano e merecido especial destaque por parte da revista “Songlines”, referência mundial no campo da imprensa musical especializada.
Em outubro de 2017 e, de novo, em parceria com Pedro Gonçalves, é editado “Quando Se Ama Loucamente”, escrito e cantado pela própria, e um tributo à escritora Maria Gabriela Llansol, um disco considerado pela imprensa um dos acontecimentos musicais do ano.
Da respetiva digressão, em 2018, destacam-se o convite do gabinete do Primeiro Ministro para atuar nos Jardins do Palácio de São Bento no âmbito das celebrações do 25 de Abril de 1974, bem como os espetáculos no Teatro de Almada, Centro Cultural de Belém em Lisboa (com os convidados especiais, Manuel Cruz e Pedro Gonçalves) no ciclo da rota das Aldeias Históricas do Norte de Portugal e no Festival Literário de Óbidos.
Avançando para 2019, no dia 25 de Janeiro , sendo parte da programação musical do grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, um concerto único – O Fado e a Poesia, com os convidados especiais, Carlão (voz) e Filipe Raposo (piano), continuação de concertos por Portugal e estrangeiro, entre novos projectos, no Teatro D. Maria II, com a atriz Isabel Abreu. Em Novembro, surpreende-nos com um novo trabalho – “Roubados” – para o qual escolheu reportório de fadistas que são referência na sua arte ( Amália Rodrigues, Beatriz da Conceição, Carlos do Carmo, Carlos Ramos, Celeste Rodrigues, Hermínia Silva, João Ferreira Rosa, Lucilia do Carmo, Maria da Fé, Maria Teresa de Noronha, Tony de Matos e Tristão da Silva ), criando as suas próprias versões dos originais por si “roubados”; arrisca e ousa todas as alterações de modo a trazê-los para a singular autenticidade fadista, numa busca de verdade que é uma constante nas suas interpretações, recorrendo ao jogo rítmico na divisão dos versos, que sempre a fascinou, usando e abusando até do contratempo (o chamado “roubado” na gíria musical dos fadistas), relevando a música das palavras no seu sentido e na sua poesia, afirmando a sua visão destas histórias cantadas.
“Roubados” dá início a nova digressão de espetáculos, com apresentações em várias salas de espetáculos, tais como o grande auditório do CCB no âmbito do ciclo “Há Fado no Cais”, Teatro das Figuras em Faro, Teatro Municipal de Vila Real, Cine Teatro Avenida em Castelo Branco e ainda em eventos como a Festa do Avante ou o Festival de Fado das Canárias com atuações nas ilhas de Lanzarote e Tenerife.
Em 2021 o espetáculo integra, para além de fados de “Roubados”, aqueles que são mais marcantes da carreira de Aldina Duarte, tais como “A Estação das Cerejas”, “Fado com Dono”, “De Loucura em Loucura”, “Antes de Quê”, “Princesa Prometida”, entre muitos outros.
Em 2022, “Tudo Recomeça” na reconstituição de uma série fados tradicionais, depurados pelo tempo e pela vida. Alguns já gravados, obrigatórios em palco, e outros pela primeira vez fixados em disco. Em síntese, uma breve antologia de fados previamente conhecidos, agora remodelados, e uma surpresa. O inédito “Ela”, o único do alinhamento, fado-espelho sobre a condição feminina, escrito por Manel Cruz para a voz culta de Aldina Duarte. A única canção fora do fado tradicional é também o primeiro avanço.
NOMEAÇÕES
Melhor Artista Feminina
Melhor Albúm de Fado